Melhore a
sua qualidade de vida através de uma dieta alimentar adequada para a esclerose
múltipla.
Sabe-se
hoje que a dieta alimentar tem uma função preponderante como meio
terapêutico para controlar, prevenir, retardar e modular muitas doenças crônicas
inflamatórias. A Esclerose Múltipla (EM) é uma dessas doenças.
Trata-se de
uma doença crônica, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso
Central e surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos, sobretudo nas
mulheres.
Ainda não se sabe ao certo a etiologia mas sugere-se vários fatores
responsáveis por desencadear a doença: fator ambiental (afeta em especial as
pessoas de raça branca, na Europa, América do Norte e Austrália); vírus; fator
hereditário; autoimunidade (produção de reações inflamatórias contra o próprio
tecido nervoso) e/ou ainda uma combinação destes fatores.
Os sintomas
variam muito e são diversos: fadiga, neurite ótica, perda de força muscular nos
braços e nas pernas, alterações da sensibilidade, alterações urinárias e
intestinais, problemas sexuais, equilíbrio/coordenação, alterações cognitivas,
alteração de humor e depressão
.
Atualmente,
ainda não existe cura mas existem tratamentos de reabilitação e farmacológicos
que, juntamente com uma intervenção nutricional adequada e equilibrada previnem
os sintomas da doença por modularem o seu estado inflamatório e imune.
A intervenção nutricional na EM passa por controlar a inflamação pós-prandial e
sistêmica, protegendo do estresse oxidativo responsável pela degradação da
bainha de mielina e dos axônios e pela manutenção da composição da microbiota
intestinal responsável pela imunidade.
Sugere-se
então uma dieta:
– Hipocalórica
(1600-1800 kcal): evitar os processos inflamatórios desencadeados por
uma elevada ingestão calórica
– Vegetais,
fruta e cereais integrais: ricos em vitaminas antioxidantes e em
fibra, que desempenha uma ação benéfica na prevenção da obstipação
– Peixe: sobretudo
peixe gordo e de águas frias (sardinha, cavala, salmão, entre outros) que
contém maior quantidade de ácidos graxos ômega 3 com importante ação
anti-inflamatória
– Prebióticos: tais
como inulina, farelos, lactosucrose e oligofrutose, componentes alimentares que
por não serem digeríveis promovem a microbiota intestinal benéfica do organismo
– Probióticos: microrganismos
que, quando ingeridos, promovem o equilíbrio da microbiota intestinal, tais
como lactococcus lactis, bifidobacterium lactis, e clostridium butyricum, presentes
por exemplo no leite e no kefir.
– Suplementos:
poli fenóis (ação antioxidante), ácidos graxos ômega 3 (ação anti-inflamatória)
e ácido alfa lipóico (ação antioxidante)
– Vitaminas: D,
A, C, E, B3 e B12, importantes para a síntese da mielina e para o normal
funcionamento do sistema imunológico
– Minerais: selênio,
presente nas castanha-do-pará, avelãs, sementes de girassol e salmão, e
magnésio, presente na banana, abacate, cereais integrais, podem ser
aproveitados pela sua ação antioxidante.
Outras
recomendações são: comer
várias e pequenas refeições ao longo do dia, procurando não estar mais de 3h
sem comer e beber água, chás, infusões e sem açúcar.
Deve-se
evitar: a
ingestão excessiva de sal, gordura saturada de origem animal, alimentos fritos
e bebidas açucaradas, refrigerantes e bebidas alcoólicas.
Estes maus
hábitos alimentares são responsáveis por promover a inflamação pós-prandial e
consequentemente a inflamação sistêmica.
Atualmente, se estas recomendações alimentares forem levadas em consideração é
possível modificar a resposta imune e prevenir o desencadeamento de respostas
inflamatórias potencializadoras da esclerose múltipla, permitindo ao doente
viver em harmonia com a doença.
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